Talvez seja totalmente burra e estonteante a perseverança do homem quando prostrado em uma cama, em estágio terminal. Pensar que as virilidades todas somem e o que lhe resta é a discrepância, íntima e infame, a espera de um final.
Agonizar apenas serve de resposta tola a toda dor corrosiva e destrutiva, ao seu orgulho, sua moral. E os espectadores habituais, oram e divinizam seu estado calamital. E depois, de alguma forma, compadece-se a paciência, e todos esperam que Deus ou a ciência, respondam com toda urgência revelando algum sinal.
E naquele emplastro, dói a tua consciência, dói a culpa e a ausência, por não ser unicamente teu este mal.
Pensar que se pode dissuadir tua clemência, mediante a autorização, apertando alguns botões... mas aonde iria a fé e a crença - que neste momento é natural?
Restringido ao lamurio, exalando a éter de hospital, espera-se que, com alegria ou infortunio, renasças das cinzas, ou finde, afinal.
Talvez seja burra sim, essa pertinácia humana, mesmo quando a linha de chegada parece inevitavelmente atingida, qdo o sofrimento se instala e cria raízes, e não parece haver mais chances. Mas acho que ter fé é algo intrínseco do ser humano, desacreditar é que é exceção. E às vezes dói mais, não ter crenças, e até mesmo ilusões. Diante da inevitabilidade do sofrimento, estar atento aos pequenos gestos, aos pequenos motivos, seja talvez um caminho, uma alternativa, um refrigério.
ResponderExcluiré, eu acho que no fim é tudo espera. esperar pra morrer, viver, sofrer, findar.
ResponderExcluira gente é tão pequeno diante da tenacidade da vida...
Gustavo.
ResponderExcluirEstou aqui para avisar que postei o primeiro tema semanal.
http://imaginarylines.wordpress.com/2008/08/27/desafio-1/
Será muito legal se você puder participar...
A espera nos dah tempo de reconstruir o que jah era fato, em mentes humanas muito ignorantes.
ResponderExcluirExplico: se fossemos pura "acao", pah-pa-pum! as catastrofes seriam ainda maiores, entao sempre ganhamos algum tempo para "alteracoes divinas".
PS: Sensacional.
(palmas!)
seu blog, blogday, meu blog. abraços.
ResponderExcluirOlá, gostei muito do seu blog e de sua abordagem.
ResponderExcluirParabéns!
Um abraço
http://flickr.com/photos/thinredjellies/459232799/
ResponderExcluir- A violácea onírica do indizível. O relâmpago incompreensível da morte. Os colhões no pé do ouvido, que ensurdessem de mesma forma ao som de estampidos vindo de um pelotão de arcabuz. O zunido, o estorpor, o auto da cartasia final.
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