quarta-feira, 16 de maio de 2018

Corpos Sem Nome

[poema publicado no bloguezin do gusta]

A julgar pela aparência dos corpos nus,
o templo há muito tempo foi abandonado.
O cheiro da carne e a erupção da derme em pus...
tão visceral que precisou ser lacrado e sepultado.

Portas e janelas removidas
para que todos fossem gentilmente empilhados...
O cheiro de morte agora se intensifica
com a falta de espaço e luz.

Não há mais identidade nem história
nesses seres desumanizados...
que somente podem ser reconhecidos
pelos coveiros vermes e urubus.

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